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Segunda-feira, 21 de Abril de 2025

Notícias/Geral

Novo míssil antinavio nacional eleva poder de fogo da Marinha

Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas afirmam que o MANSUP contribui para desencorajar eventuais ameaças à soberania do Brasil em águas jurisdicionais brasileiras, mas frisam que ainda é necessário investir mais em capacidade de logística e defesa própria, de forma a se livrar da dependência externa.

Novo míssil antinavio nacional eleva poder de fogo da Marinha
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Após testes bem-sucedidos realizados em dezembro de 2024, o Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) — da Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT), empresa brasileira especializada em tecnologias de defesa — está oficialmente pronto para ser incorporado à Defesa Nacional.

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Com capacidade de alcance de 70 quilômetros e alta precisão, o MANSUP usa o sistema Astros da Avibras para ser lançado, será armamento das futuras fragatas da classe Tamandaré e visa elevar a proteção à Amazônia Azul e aos recursos naturais do Brasil.
Jéssica de Freitas e Gonzaga da Silva, professora de história naval, pós-doutoranda em estudos marítimos pela Escola de Guerra Naval (EGN) e doutora em história pela Fundação Getulio Vargas (FGV), considera o lançamento do MANSUP uma importante etapa no processo de execução da Estratégia Nacional de Defesa (END), que estabeleceu como capacidade do Estado para o cumprimento dessa empreitada o desenvolvimento tecnológico para gerar produtos de defesa e sistemas de defesa por meio do incentivo à ciência, à tecnologia e à inovação.
Segundo ela, a contribuição do míssil antinavio para a Defesa Nacional é ampla. Primeiro, porque aumenta a capacidade letal da Marinha do Brasil contra eventuais ameaças à soberania; segundo, porque contribui para o incremento da Base Industrial de Defesa (BID).
 

"Em terceiro lugar, a incorporação desse instrumento reforça a capacidade dissuasória da Marinha do Brasil no âmbito internacional, mediante ampliação do seu prestígio, mas também desencorajando ações predatórias nas águas jurisdicionais brasileiras", afirma Silva.

Ela acrescenta que é possível empregar o MANSUP em plataformas terrestres, a fim de ampliar a capacidade de projeção de poder e resposta do Corpo de Fuzileiros Navais.
 
"Para aumentar a capacidade de resposta do Brasil, esse sistema também poderá ser integrado aos demais meios de defesa, como radares e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul [SisGAAz]."
Eduardo Siqueira Brick, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial (UFFDEFESA), afirma que a capacidade militar de um país tem como base dois componentes essenciais que se complementam: a capacidade operacional de combate, que é proporcionada pelas unidades militares, e a capacidade militar, constituída pela base logística de defesa.
 
"Basicamente isso [base logística] é composto pelas indústrias de defesa, institutos de ciência e tecnologia que desenvolvem tecnologias específicas para a defesa de uma organização dentro do Estado que administra a aquisição de equipamentos de defesa e o desenvolvimento de tecnologias de defesa e também suporta o desenvolvimento de indústrias de defesa", explica.
 
Ele afirma que sistemas de defesa possuem dezenas, às vezes centenas de componentes que têm tecnologias muito específicas, muito próprias, e, sem esses componentes, não há como fazer o trabalho de defesa.
 
"O Brasil produz alguns sistemas de defesa, alguns equipamentos de defesa, mas a maior parte das tecnologias e dos componentes que são usados para produzir equipamentos ou sistemas é importada. Depende de vários países. Além disso, o Brasil há décadas tem dado prioridade […] a comprar produtos de defesa prontos, vindos do exterior", afirma.
Ele explica que o MANSUP é uma sequência do desenvolvimento de um motor para um míssil superfície-superfície, que era o Exocet.
"A diferença dele em relação ao Exocet é que ele tem um alcance bem maior do que o Exocet, que tinha alcance de uns 40 km."
Brick ressalta que o MANSUP não resolve o problema do Brasil para negar o uso de áreas para esquadras estrangeiras que fiquem longe da costa, seja no mar territorial ou no mar da Amazônia Azul.
 
FONTE/CRÉDITOS: Sputnik Brasil

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